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Michele Alves: a aluna que emocionou o Brasil com seu depoimento de formatura


O dia da formatura é um dos momentos mais importantes e felizes na vida de um jovem estudante.

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É um marco do início da sua carreira e uma época de muitas indagações, apostas e experiências profissionais.

Recentemente, uma estudante de Direito da Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) chamou a atenção das redes sociais com seu discurso de formatura.

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Seu nome é Michele Alves, ela tem 23 anos. Michele é uma aluna que se destaca pelo duro que deu durante a graduação, especialmente porque não vem de família abastada, é filha de empregada doméstica e foi bolsista nos cinco anos em que estudou nesta faculdade particular de São Paulo.

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A Faculdade de Direito da PUC-SP é conhecida por ser uma das melhores em direito do país e é tradicionalmente uma universidade de elite intelectual. Alunos como Michele, após adentrarem na graduação, costumam sentir os impactos financeiros da vida de estudante de ensino superior, além de conviverem com colegas com renda muito maior.

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O discurso proferido por Michele na cerimônia de formatura deixou claro que os anos em que passou estudando na universidade não foram nada fáceis para ela e para seus colegas que vivem em condições financeiras similares.

Além do preconceito sofrido por professores e alunos, Michele conta que a estrutura das universidades ainda são muito desiguais e exigem dos alunos um nível de renda excludente. A estudante ressalta isso, por exemplo, ao contar homenagear os estudantes que levaram mais de 3h diárias no transporte público para poder ir até a faculdade, já que moram em bairros afastados.

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Michele também cita outros exemplos de intimidação dentro da universidade, como o nível de inglês exigido pelo seu curso – quando nem todos os alunos tiveram dinheiro para fazer cursinhos de línguas estrangeiras durante a época do colégio; ela também destaca a ostentação das roupas sociais e o linguajar rebuscado e academicista da faculdade.

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A jovem contou que chegou inclusive a receber insultos dentro do ambiente acadêmico. No terceiro dia de aula, uma professora chegou a dizer à turma que “’não estudem Direito Civil por sinopse, porque até a filha da minha empregada que faz Direito na ‘Uniesquina’ estuda Direito por sinopse”. Michele chegou a pensar em desistir da faculdade nesse dia, mas foi sua mãe que a incentivou a continuar e a vencer esse preconceito.

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Hoje, a jovem formada por uma das melhores instituições do país pode se considerar advogada, pois foi aprovada no exame da OAB. Michelle inclusive já está trabalhando em um escritório de advocacia. Ela é um exemplo de luta e resistência por parte de uma camada de estudantes que enfrenta não só o preconceito, mas a falta de apoio do Estado e da Universidade.

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“Resistimos também à falta de apoio financeiro e educacional da Fundação São Paulo, aos discursos da vitimização das minorias e à suposta autonomia do indivíduo na construção do seu próprio futuro. Resistimos também aos insultos feitos a nossa classe, aos desabafos dos colegas sobre suas empregadas domésticas e seus porteiros. Mal sabiam que esses profissionais eram na verdade nossos pais”

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A jovem disse que a intenção de seu discurso era a de incentivar outras pessoas que vivem uma realidade parecida com a sua e ela deixa bem claro nesta parte:

“Me dedico à resistência daqueles que cresceram sem privilégios, sem conforto e sem garantia de um futuro promissor, daqueles que foram silenciados na universidade quando pediram voz e que carregaram, desde cedo, o fardo do não pertencimento às classes dominantes”

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Inspirador!

Abaixo, você poderá ouvir todo o discurso de formatura de Michele:

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